Sociedades da Fase Marajoara e ensino de História

Oficinas de História, sugestões metodológicas e de recursos didáticos para professores e estudantes das disciplinas  de História e Estudos Amazônicos.

          Este espaço virtual constitui o "produto" resultante do Mestrado Profissional em Ensino de História do professor-pesquisador Mayco Bruno Cruz Costa pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e da dissertação "Cultura material e as sociedades da fase Marajoara: possibilidades para o ensino de História no ensino fundamental II", orientada pela professora Dra. Roberta Alexandrina da Silva .

      Este espaço é voltado para subsidiar professores e estudantes em suas pesquisas e produções de recursos didáticos nas aulas de História e Estudos Amazônicos. Neste sentido, serão apresentadas algumas experiências de oficinas de História no trato de temáticas relacionadas à "Cultura Marajoara", com ênfase na fase Marajoara (400-1300), assim como os recursos didáticos utilizados nestas. Além disso, serão compartilhadas algumas fotografias de artefatos arqueológicos da Cultura Marajoara, presentes no Museu Forte do Presépio (Belém-PA) com as devidas informações expostas na Instituição, visando contribuir nos fazeres de estudantes e professores, quem podem utilizá-las em slides e textos escritos nos diferentes fazeres que envolvem a escola básica.

          Neste site estão  disponibilizados:

  • as atividades realizadas nas oficinas;
  • um material didático com textos escritos e imagéticos organizado pelo professor-pesquisador, utilizado em uma das oficinas sobre a temática;
  •  o jogo "Cartas Marajoaras", um jogo lúdico que trata da temática, organizado pelo professor-pequisador e inspirado em um popular jogo de cartas conhecido pelos estudantes;
  • Fotografias de artefatos arqueológicos da Cultura Marajoara que podem compôr a organização de slides, pesquisas escolares ou textos didáticos, nos fazeres de estudantes e professores. 
  • Video-aula sobre a temática.

Imagens de fundo no site: 

Acima: Detalhe de prato tipo Joanes (Fonte: Museu Forte do Presépio, fotografia registrada em janeiro de 2020. Fotografia de Mayco Bruno Cruz Costa)

Ao centro: Urna funerária. (Fonte: Museu Forte do Presépio, fotografia registrada em janeiro de 2020. Fotografia de Mayco Bruno Cruz Costa)

Abaixo: Tigela marajoara "Tipo Joanes". (Fotografia: Mayco Bruno Cruz Costa. Fonte: Museu Forte do Presépio, fotografia registrada em janeiro de 2020)

Sociedades da fase Marajoara e a BNCC 

 (componente curricular: História/ ensino fundamental - anos finais)


A temática apresentada neste site se relaciona aos seguintes objetos de conhecimento orientados na BNCC:

  • Formas de registro da História e da produção do conhecimento histórico; (6º ano)
  • Povos da Antiguidade (...) nas Américas (pré-colombianos);(6º ano)
  • Os povos indígenas originários do atual território brasileiro e seus hábitos culturais e sociais (6º ano)
  • Saberes dos povos (...) pré-colombianos expressos na cultura material e imaterial (7º ano) (BRASIL, 2017, p.420-422)

Para estes objetos de conhecimento, enumeram-se as seguintes habilidades relacionadas às oficinas e aos recursos didáticos propostos neste espaço virtual:

  • (EF06HI02) Identificar a gênse da produção do saber histórico e analisar o significado das fontes que originaram determinadas formas de registro em sociedades e épocas distintas
  • (EF06HI05) descrever modificações da natureza e da paisagem realizadas por diferentes tipos de sociedade, com destaque para os povos indígenas originários e [...], e discutir a natureza e a lógica das transformações ocorridas"
  • (EF06HI07) identificar aspectos e formas de registro das sociedades antigas [...] nas Américas distinguindo alguns significados presentes na cultura material e da tradição oral destas sociedades
  • (EF06HI08) identificar os espaços territoriais ocupados e os aportes culturais, científicos, sociais e econômicos [...] dos povos indígenas de diversas regiões brasileiras"
  • (EF07HI03) Identificar aspectos e processos específicos das sociedades (...) americanas antes da chegada dos europeus, com destaque para as formas de organização social e o desenvolvimento de saberes e técnicas. (BRASIL, 2017, p. 421-423).

Sociedades da fase Marajoara: breve resumo

      A ocupação do arquipélago do Marajó ocorreu a partir da atuação de diversos povos. De acordo com a arqueóloga Denise Schaan, este arquipélago era habitado por diversas nações indígenas que compunham dois grupos distintos: os Aruãs e os Nheengaíbas. Os Aruãs, falantes da língua Arawak, estavam em um processo de expansão ocupando regiões da Ilha do Marajó a pelo menos duzentos anos antes da chegada dos europeus. Os Nheengaíbas, "gente de língua incompreensível", como pejorativamente alcunhados pelos Tupinambás, compunham dezenas de nações distintas: Anajás, Mapuás, Muanás, Sacacas, entre outros. (SCHAAN, 2009, p. 32). Esta arqueóloga também aponta que um estudo de Meggers e Evans, a partir da análise da cultura material da região, identificou a presença de "fases". . As sociedades da fase Marajoara (séculos IV a XIII AD.) desenvolveram importante produção ceramista, que aludem a aspectos da organização social, religiosidade e economia destas sociedades a partir dos usos dos artefatos e dos traços iconográficos presentes nestes. Muitos destes vestígios materiais foram encontrados em "tesos", morros artificiais construídos por estas sociedades para o enfrentamento das inundações sazonais, demonstrando avanços no manejo de recursos naturais. Entre os objetos da cultura material destes povos encontrados em diversos sítios arqueológicos, podemos citar os vasos, as tigelas, as estatuetas, os bancos, urnas funerárias e tangas femininas. 

Se você busca mais informações, procure no Menu deste site "Recursos didáticos" e faça o download do arquivo material didático sobre Cultura Marajoara. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMORIM, Lilian Bayma de. Cerâmica Marajoara A comunicação do silêncio. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, 2010.

BARRETO, Cristiana. O que a cerâmica marajoara nos ensina sobre o fluxo estilístico na Amazônia? IN: BARRETO, Cristiana; LIMA, Helena Pinto & BETANCOURT, Carla Jaimes (orgs). Cerâmicas arqueológicas da Amazônia: Rumo a uma nova síntese. Belém: IPHAN: Ministério da Cultura, 2016. pp. 115-124

BITTENCOURT, Circe. Ensino de História: Fundamentos e métodos - 4º edição. São Paulo: Editora Cortez, 2011. 

BRASIL, Ministério da Educação (MEC). Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. 

COSTA, Dayseane Ferraz da. Além da pedra e cal: a (re) construção do Forte do Presépio (Belém do Pará, 2000-2004). Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Pará/UFPA. Belém/Pará, 2007.  

GUIMARÃES, Selva.  Didática e prática de ensino de história. Campinas, SP: papirus, 2012

LIMA, Helena Pinto; BARRETO, Cristiana & BETANCOURT, Carla. Novos olhares sobre as cerâmicas arqueológicas da Amazônia. IN: BARRETO, Cristiana; LIMA, Helena Pinto & BETANCOURT, Carla Jaimes (orgs). Cerâmicas arqueológicas da Amazônia: Rumo a uma nova síntese. Belém: IPHAN: Ministério da Cultura, 2016. pp. 19-31

LINHARES, Anna Maria Alves. Um grego agora nu: índios Marajoara e identidade nacional brasileira. Curitiba: Editora CRV, 2017.

MARTINS, Cristiane Pires; SCHAAN, Denise; SILVA, Wagner Fernando da Veiga e. "Arqueologia do Marajó das florestas". IN: SCHAAN, Denise; MARTINS, Cristiane Pires (orgs). Muito além dos campos. Arqueologia e História na Amazônia marajoara. Belém: GK Noronha, 2010, pp. 103-135.

SCHAAN, Denise. Cultura Marajoara. Rio de Janeiro: Senac, 2009

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